Arteiros do Cotidiano: Ensino, pesquisa e extensão na formação docente. Vol. III – Cláudia M M Brandão; Dhara F Carrara

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Descrição

Num período imediatamente posterior ao término das atividades do projeto de extensão ARTEIROS DO COTIDIANO – 20172 , sobre o qual decorre o conteúdo deste livro, aconteceu um fato que abalou o mundo das Artes. Trata-se da censura e o consequente fechamento da exposição “QUEERMUSEU: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira” (FARAH, 2017), no dia 10 de setembro de 2017, exibida no Santander Cultural, em Porto Alegre (RS). Isso se deu após muitas críticas de correntes religiosas e do Movimento Brasil Livre (MBL), e intensas movimentações através das redes sociais, criticando severamente algumas das obras apresentadas. Obras essas, descontextualizadas, alvo de justificativas preconceituosas e genéricas de pedofilia, zoofilia e pornografia. […]

Tudo isso veio na esteira da sanção presidencial da Reforma do Ensino Médio, em 2 de fevereiro de 2017, proposta através de Medida Provisória (MPV 746/2016)3, que fragilizou a presença e o desempenho da disciplina de Artes nos currículos escolares, para dizer o mínimo. E que na Universidade Federal de Pelotas motivou uma greve geral, a partir de outubro de 2016, que perdurou por 56 dias. Ou seja, presenciávamos então, o início de acontecimentos que identificavam comportamentos conservadores, refratários aos discursos plurais característicos das manifestações artísticas contemporâneas, e que perduram até hoje.
Desde a década de 1970, Paulo Freire alertava para o fato de que os elementos constitutivos da realidade brasileira: a situação de uma sociedade ainda em transição, a persistência de uma mentalidade não crítica e a inexperiência democrática, demonstravam que o país deveria buscar a democratização da cultura, como marco geral de uma democratização fundamental. Passados quase cinquenta anos, o país ainda se apresenta como uma sociedade em abertura, na busca por um diálogo autêntico entre os homens, entre as categorias e os grupos sociais, e continua sofrendo com medidas que diminuem tais possibilidades. Censurar obras de arte é o mesmo que calar discursos! E uma sociedade plural se constrói com base na troca dialógica, na pluralidade do pensamento e na convivência pacífica e respeitosa entre as diferenças. […]
E para criarmos espaços de convivência, plurais e criativos, as atividades do ARTEIROS DO COTIDIANO, em 2017, buscaram problematizar questões relativas a Espaço e Identidade, visto que discussões versando sobre esses temas podem provocar reflexões que superam a obviedade das aparências. Consideramos que assumir a convivência num mundo globalizado pelas novas tecnologias, caracterizado pelo desaparecimento das referências culturais e pela crise das referências éticas e estéticas, era/é fundamental! E tal realidade exige o desenvolvimento de práticas educacionais que reforcem as estruturas culturais e humanísticas, que nos conduzam a refletir criticamente sobre o passado histórico e a avaliar o vivido/cotidiano, para que dessa conjunção surjam alternativas, baseadas no hibridismo cultural característico da sociedade brasileira.
Como é possível verificar através deste breve relato, os anos de 2016 e 2017 são representativos de movimentações no âmbito da Educação e da Arte, reafirmando a necessidade de posturas pedagógicas comprometidas com uma realidade social e política convulsionada, que, contra a nossa vontade, permanece. Assim, apresenta-se, para os comprometidos com uma educação de qualidade, o desafio de cultivarmos as diferenças num mundo globalizado, estimulando o desenvolvimento de processos contra a fragmentação e a alienação do pensamento. Nesse caminho a Cultura e a Arte são fatores essenciais para a aproximação entre os indivíduos e a transformação das relações sociais.
Alicerçados por tal entendimento, os acadêmicos da disciplina Artes Visuais na Educação III, uma disciplina de pré-estágio do curso de Artes Visuais – Licenciatura (CA, UFPel), planejaram as suas atividades, e agora, através deste livro, analisam e discutem os resultados alcançados. Tenho certeza que o contato direto com os problemas reais e cotidianos estimulou discussões facilitadoras da construção de um conhecimento teórico e prático em consonância com a realidade. E sendo assim, as práticas desenvolvidas contribuíram para a promoção da cidadania, o desenvolvimento da auto-organização e a autonomia dos envolvidos. […]
Sendo assim, entendemos que o binômio Cultura e Arte é um recurso determinante na estruturação de referências, fundamentando a formação de sujeitos críticos e reflexivos. Ele possibilita, acima de tudo, a compreensão da Educação a partir de suas múltiplas dimensões: a humana, a social, a política e a histórica, dentre outras. E são os resultados de nosso trabalho em prol dessa combinação (trans)formadora que vocês encontrarão nas próximas páginas.
Desejamos a tod@s uma ótima leitura, esperando que nossas reflexões estimulem novos pensamentos e metodologias!
Cláudia Mariza Mattos Brandão – Professora Adjunta do curso Artes Visuais – Licenciatura, do Centro de Artes, da Universidade Federal de Pelotas (RS), doutora em Educação. Líder do PhotoGraphein – Núcleo de Pesquisa em Fotografia e Educação (UFPel/CNPq). [email protected].

TRANSMUTANDO ENERGIAS
Cláudia Mariza Mattos Brandão

A IMPORTÂNCIA DE CADA IDENTIDADE
Paola Ferreira Silveira

A MINHA IMAGEM, A NOSSA IMAGEM
Alessandra Gurgel Pontes; Giovanni Fonseca Bosica

APRECIAR PARA AMPLIAR O REPERTÓRIO
Gabriela Ferreira Schiavon; Mairin Jordane Rutz

ARTEIROS DO COTIDIANO
Luiza Prates dos Santos; Renan Silva do Espírito Santo

CARIMBOS. IDENTIDADE. EU DOCENTE
Cesar Augusto Couto Bittencourt Junior; Raíssa Cardoso Leal

EXPOSIÇÃO DE ARTE INFANTIL NA ESCOLA
Paula Wiener Reisser

FROTTAGEM
Maria Simone Pereira; Octavio Beles Vieira

IDENTIDADE TRANSITÓRIA
Avani Ribas Portella de Souza; Dhara Fernanda Nunes Carrara

PERCEPÇÃO ESPACIAL DA NATUREZA
Gabriela Leite da Cunha; Luiza Corrêa Eloi

PROJETO: ARTEIROS DO COTIDIANO
Andréa de Oliveira Lopes; Noemi Bretas

ENTRE O HORIZONTE ARTÍSTICO E A CASA-CORPO
Alex Sander Silveira de Almeida

Produzido por:
Editora Caseira
www.editoracaseira.com
[email protected]
Coordenação do Projeto Arteiros do Cotidiano:
Cláudia Mariza Mattos Brandão
Coordenação Editorial e Projeto Gráfico:
Gustavo Reginato
Diagramação:
Dhara Fernanda Nunes.
BRANDÃO, Cláudia Mariza Mattos; CARRARA, Dhara Fernanda Nunes. (Org.)
Arteiros do Cotidiano: ensino, pesquisa e extensão na formação docente, vol. III. Cláudia Mariza Mattos Brandão; Dhara Fernanda Nunes Carrara (Organizadoras): 1ª Edição, Florianópolis: Editora Caseira, 2018.
100 p.; il. col.
ISBN 978-85-68923-53-5
1. Arte 2. Educação 3. Cotidiano 4. Publicação de artista
Primeira tiragem.

Costura e acabamento artesanal.
Miolo impresso em papel pólen soft 80g. Capa impressa em
papel Opalina Dapple 240g

Informação adicional

Peso Não aplicável
Dimensões Não aplicável
Formato

E-book, Livro Impresso

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